CAPITULO 6
O Sagrado Feminino
Dan Brown terá razão ao dizer que a
mulher perdeu o seu lugar na civilização cristã?
A luta contra o papel da
mulher
A decisão do Priorado de perpetuar o
culto da deusa baseia-se na convicção de que homens poderosos pertencentes à
primitiva igreja cristã enganaram o mundo propagando mentiras que
desvalorizavam o feminino e faziam
pender o balanço para o lado masculino
O Priorado acredita que Constantino e
os seus sucessores masculinos… montaram uma campanha de propaganda que
demonizou o sagrado feminino obliterando para sempre a deusa da nova religião
Embora com uma argumentação falsa,, Dan
Brown tem alguma razão na sua critica
A Inquisição
A inquisição católica publicara um
livro que podia ser considerado sem exagero o texto mais ensopado em sangue da
historia humana. Malleus malleficarum ou o martelo das bruxas alertava para o
perigo das mulheres livre pensadoras e ensinava o clero a descobri-las,
torturà-las e destrui-las. Pertenciam ao grupo das que a igreja considerava
bruxas – todas as eruditas, sacerdotisas, ciganas misticasa, amantes da
natureza, recolectoras de ervas e qualquer mulher “ suspeitosamente sintonizada com mundo natural”. Tambem as
parteiras eram mortas por usarem o seu conhecimento de medicina para aliviar as
dores do parto, um sofrimento, afirmava a Igreja, que Deus muito justamente
impusera às mulheres como castigo por Eva ter partilhado o Fruto do
Conhecimento, dando assim origem ao pecado original. Durante trezentos anos de
caça às bruxas, a Igreja queimara na fogueira uns estarrecedores cinco milhões de
mulheres.
O numero apresentado
por Dan Brown está francamente exagerado.
Calcula-se que terão
sido condenadas por bruxaria 30 a 50.000 pessoas das quais 25% eram homens. A
maior parte das condenações foram feitas por tribunais civis.
Num estudo de 2004,
consultando os arquivos secretos do Vaticano que a Inquisição condenou à morte
apenas 100 bruxas.
O livto Malleus
malleficarum foi editado a titulo privado em 1486 nunca tendo sido utilizado
pela Inquisição. Teve varias edições na Alemanha, país que nunca teve
inquisição e em que muitos estados eram protestantes. Em
Em
Encontra-se uma
tradução inglesa deste livro
Antes do seculo IX
havia uma crença popular que cria que havia pessoas más, particularmente
mulheres, que se dedicavam a matar pessoas por magia negra e feitiçaria. Esta
crença recrudescia quando surgiam catástrofes como epidemias mortais ou incêndios devastadores.
Embora tenha havido
condenações em vários países a maior
parte foi feita na Alemanha
As mulheres e o cristianismo
As mulheres, outrora
consideradas como a metade essencial da iluminação espiritual, tinham sido
banidas dos templos de todo o mundo. Não havia mulheres que fossem rabis,
padres ortodoxos ou católicos , ou clérigos islâmicos
Os factos
Aqui temos que dar
razão a Dan Brown.
Embora não se possa
dizer que no judaísmo havia igualdade entre homens e mulheres. Cristo tratou as mulheres como iguais.,Todavia nos textos dos apóstolos não se encontra
qualquer referencia a mulheres, nomeadamente a mãe de Jesus e Maria Madalena
Os factos
A teologia cristã foi
invadida por um certo platonismo que valorizava o espiritual em detrimento do
carnal.
S.Agostinho, talvez
como consequência do seu percurso espiritual, via no desejo sexual o simbolo do
pecado original.
O gnosticismo, com o
culto da deusa muito espalhado nos primeiros seculos, trouxe o receio
totalmente infundado que santificar mulheres
poderia ser considerado o prolongamento do culto da deusa.
Por esta razão Maria
foi considerada mãe de Deus e mais tarde
veio o dogma da Imaculada Conceição, retirando-lhe as características humanas,
tendo-se passado o mesmo com Maria Madalena
Situação actual
Esta posição nunca
afectou os crentes, pois estes sempre veneraram Maria e Maria Madalen
Outras santas que
passaram a fazer parte da liturgia, enalteceram o papelda mulher na Igreja.
O melhor conhecimento
da sexualidade e outras interpretações das escrituras retirando a associação da mulher com o pecado
original e acentuando o valor espiritual do dialogo dos corpos, colocou a
mulher no lugar que lhe pertencia.
Todavia há ainda
algum caminho a percorrer – a afirmação
de Dan Broww de que não há mulheres padres continua a ser verdadeira.
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