domingo, 2 de março de 2014

O Sagrado Feminino



CAPITULO 6
O Sagrado  Feminino

Dan Brown terá razão ao dizer que a mulher perdeu o seu lugar na civilização cristã?

A luta contra o papel da mulher

A decisão do Priorado de perpetuar o culto da deusa baseia-se na convicção de que homens poderosos pertencentes à primitiva igreja cristã enganaram o mundo propagando mentiras que desvalorizavam o feminino  e faziam pender o balanço para o lado masculino

O Priorado acredita que Constantino e os seus sucessores masculinos… montaram uma campanha de propaganda que demonizou o sagrado feminino obliterando para sempre a deusa da nova religião
Embora com uma argumentação falsa,, Dan Brown tem alguma razão na sua critica

A Inquisição
A inquisição católica publicara um livro que podia ser considerado sem exagero o texto mais ensopado em sangue da historia humana. Malleus malleficarum ou o martelo das bruxas alertava para o perigo das mulheres livre pensadoras e ensinava o clero a descobri-las, torturà-las e destrui-las. Pertenciam ao grupo das que a igreja considerava bruxas – todas as eruditas, sacerdotisas, ciganas misticasa, amantes da natureza, recolectoras de ervas e qualquer mulher “ suspeitosamente  sintonizada com mundo natural”. Tambem as parteiras eram mortas por usarem o seu conhecimento de medicina para aliviar as dores do parto, um sofrimento, afirmava a Igreja, que Deus muito justamente impusera às mulheres como castigo por Eva ter partilhado o Fruto do Conhecimento, dando assim origem ao pecado original. Durante trezentos anos de caça às bruxas, a Igreja queimara na fogueira uns estarrecedores cinco milhões de mulheres.
O numero apresentado por Dan Brown está francamente exagerado.
Calcula-se que terão sido condenadas por bruxaria 30 a 50.000 pessoas das quais 25% eram homens. A maior parte das condenações foram feitas por tribunais civis.
Num estudo de 2004, consultando os arquivos secretos do Vaticano que a Inquisição condenou à morte apenas 100 bruxas.
O livto Malleus malleficarum foi editado a titulo privado em 1486 nunca tendo sido utilizado pela Inquisição. Teve varias edições na Alemanha, país que nunca teve inquisição e em que muitos estados eram protestantes. Em
Em
Encontra-se uma tradução inglesa deste livro

Antes do seculo IX havia uma crença popular que cria que havia pessoas más, particularmente mulheres, que se dedicavam a matar pessoas por magia negra e feitiçaria. Esta crença recrudescia quando surgiam catástrofes como epidemias  mortais ou incêndios devastadores.
Embora tenha havido condenações em vários países   a maior parte foi feita na Alemanha

As mulheres e o cristianismo
As mulheres, outrora consideradas como a metade essencial da iluminação espiritual, tinham sido banidas dos templos de todo o mundo. Não havia mulheres que fossem rabis, padres ortodoxos ou católicos , ou clérigos islâmicos

Os factos
Aqui temos que dar razão a Dan Brown.
Embora não se possa dizer que no judaísmo havia igualdade entre homens e mulheres. Cristo tratou as mulheres como iguais.,Todavia nos textos dos apóstolos não se encontra qualquer referencia a mulheres, nomeadamente a mãe de Jesus e Maria Madalena

Os factos
A teologia cristã foi invadida por um certo platonismo que valorizava o espiritual em detrimento do carnal.
S.Agostinho, talvez como consequência do seu percurso espiritual, via no desejo sexual o simbolo do pecado original.
O gnosticismo, com o culto da deusa muito espalhado nos primeiros seculos, trouxe o receio totalmente infundado que santificar mulheres  poderia ser considerado o prolongamento do culto da deusa.
Por esta razão Maria foi considerada mãe de Deus e mais  tarde veio o dogma da Imaculada Conceição, retirando-lhe as características humanas, tendo-se passado o mesmo com Maria Madalena

Situação actual
Esta posição nunca afectou os crentes, pois estes sempre veneraram Maria e Maria Madalen
Outras santas que passaram a fazer parte da liturgia, enalteceram o papelda mulher na Igreja.
O melhor conhecimento da sexualidade e outras interpretações das escrituras  retirando a associação da mulher com o pecado original e acentuando o valor espiritual do dialogo dos corpos, colocou a mulher no lugar que lhe pertencia.
Todavia há ainda algum caminho a percorrer – a  afirmação de Dan Broww de que não há mulheres padres continua a ser verdadeira.


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